Noções de Accountability na reestruturação da administração pública brasileira (1822 - 1831)
DOI:
https://doi.org/10.26784/issn.1886-1881.21.1.9650Parole chiave:
Accountability, Reestruturação Administrativa, Monarquia, História OrganizacionalAbstract
O presente artigo tem como objetivo analisar as noções de accountability, incluindo mecanismos de responsabilização e prestação de contas, no caso da reestruturação da administração pública brasileira entre 1822 e 1831. Para o efeito, foi empreendida uma análise empírica que teve como base os relatórios do Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda e Anais do Congresso Brasileiro. Os documentos de arquivo foram localizados no Center For Research Libraries e na Biblioteca Nacional do Brasil. Os resultados mostram indícios de duas modalidades de accountability no primeiro reinado, hierárquica e horizontal, assim como improbidade e imoralidade administrativa dos agentes públicos. Indicam também que a intervenção contábil atingiu a accountability, uma vez que informações da contabilidade eram necessárias para a prestação de contas. Por fim, o estudo indica que o conceito de accountability não deve ser considerado como um conjunto de processos peculiarmente moderno no contexto brasileiro.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Agrawal, A. e Ribot, J. (1999). Accountability in decentralization: A framework with south asian and west african cases. Tennessee State University: The Journal of Developing Areas, 33 (4), 473-502. http://www.jstor.org/stable/4192885
Barcelos, F. (2014). A Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda e o Tesouro Nacional: Cadernos MAPA n. 9 – Memória da Administração Pública Brasileira. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.
Biblioteca Nacional (BN), Annaes do Parlamento Brasileiro, sessão de 8 de junho de 1828.
Brasil. Portal da Legislação do Governo Federal (Planalto), Constituição Política do Império do Brazil de 24 de março de 1824.
Camargo, A. R, e Costa, D. F. A. C. (2018). Guia da administração brasileira: império e governo provisório (1822-1891), Rio de Janeiro, Arquivo Nacional.
Camargo, A.R., e Cabral, D. (2017). Guia da administração brasileira: Império e Governo Provisório (1822-1891). Rio de Janeiro, Arquivo Nacional.
Campos, A. M. (1990). Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português?. Revista de Administração Pública, 24(2)30-50. https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/9049/8182
Carmona, S., e Ezzamel, M. (2007). Accounting and accountability in ancient civilizations: Mesopotamia and ancient Egypt. Accounting, Auditing e Accountability Journal, 20 (2), 177-209. https://doi.org/10.1108/09513570710740993
Center For Research Libraries (CRL), Documentos do Governo Brasileiro (1823-1830). Relatórios do Ministério da Fazenda.
Center For Research Libraries (CRL), Documentos do Governo Brasileiro (1830). Relatórios do Ministério da Justiça.
Dubnick, M. J. (2002). Seeking Salvation for Accountability. Paper presented at the 2002 Annual Meeting of the American Political Science Association, Boston.
Edwards, B., Yilmaz, S. e Boex, J. (2015). Decentralization as a post-conflict strategy: Local government discretion and accountability in sierra leone. Public Administration and Development, (35), 40-60. https://doi.org/10.1002/pad.1707
Elster, J. (1999). Accountability in Athenian politics. In Democracy, accountability, and representation, ed. Adam Przeworski, Susan Stokes, and Bernard Manin, 253–78. Cambridge, UK: Cambridge Univ. Press. https://doi.org/10.1017/CBO9781139175104.009
Escobar-Lemmon, M. e Ross, A. D. (2014). Does decentralization improve perceptions of accountability? Attitudinal evidence from colombia. American Journal of Political Science, 58 (1), 175-188. https://doi.org/10.1111/ajps.12043
Ezzamel, M. (1997). Accounting, control and accountability: preliminary evidence from ancient Egypt. Critical Perspectives on Accounting, 8, 563-601. https://doi.org/10.1006/cpac.1997.0123
Fausto, B. (1995). História do Brasil (ed. 2). São Paulo: Universidade de São Paulo - Fundação do Desenvolvimento da Educação.
Godfrey, A., e Hooper, K. (1996). Accountability and decision-making in feudal England: Domesday Book revisited. Accounting History, 1(1), 35-54. https://doi.org/10.1177/103237329600100103
Hoskin, K. (1996). The awful idea of accountability: inscribing people into the measurement of objects. In Accountability: power, ethos and the technologie s of managing, Edited by: R. Munro and I. Mouritsen London: Internationa l Thomson Busines Press.
Kipping, M., Wadhwani, R. D., e Bucheli, M. (2014). Analyzing and interpreting historical sources: A basic methodology. Organizations in Time: History, Theory, Methods, 305-329. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199646890.003.0013
Lenza, P. (2016). Direito constitucional esquematizado (ed. 20). São Paulo: Saraiva.
Lipartito, K. (2014). Historical Sources and Data. In: Organizations in Time: History, Theory, Methods, edited by M. Bucheli and R. D. Wadhwani, 284–304. Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199646890.003.0012
Mbate, M. (2017). Decentralisation, governance and accountability: Theory and evidence. Journal of African Democracy and Development, 1(1), 1-16.
Miah, N. Z. e Mia, L. (1996). Descentralization, accounting controls and performance of government organizations: A New Zeland empirical study. Financial Accountability e Management, 12(3), 173-190. https://doi.org/10.1111/j.1468-0408.1996.tb00421.x
Mills, A. J., e Novicevic, M. M. (2019). Management and organizational history: A research overview. Routledge. https://doi.org/10.4324/9781351047920
Mota, A. C. Y. H. A. (2006). Accountability no Brasil: Os cidadãos e seus meios institucionais de controle dos representantes. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil.
O’Donnell, G. (1998). Accountability horizontal e novas Poliarquias. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (44), 27-54. https://doi.org/10.1590/S0102-64451998000200003
Pinho, J. A. G., e Sacramento, A. R. S. (2009). Accountability: já podemos traduzi-la para o português?. Revista de Administração Pública, 43(6):1343-1368. https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000600006
Quattrone, P. (2004). Accounting for God: accounting and accountability practices in the Society of Jesus (Italy, XVI–XVII centuries). Accounting, Organizations and Society, 29, 647-683. https://doi.org/10.1016/j.aos.2004.03.001
Roberts B. (2018). Accountability. In: Allen T, Macdonald A, Radice H (eds). Humanitarianism: A Dictionary of Concepts. London: Routledge, 1–15. https://doi.org/10.4324/9780203486863-1
Rocha, A. C. (2011). Accountability na administração pública: Modelos teóricos e abordagens. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 14 (2), 82-97. https://revistacgg.org/index.php/contabil/article/view/314
Rowlinson, M. (2005). Historical research methods. Research in organizations: Foundations and methods of inquiry. San Francisco, CA: Berett-Kohler Publishers, 295-312.
Ryan, J. (2012). Decentralization in Costa Rica: The effects of reform on participation and accountability. Latin American Polic, 3 (2), 174-194. https://doi.org/10.1111/j.2041-7373.2012.00069.x
Seidman, G. I. (2004). The Origins of Accountability: Everything I know about the Sovereigns’ Immunity, I learned from King Henry III. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=592053.
Schwarzkopf, S. (2012). What is an archive - and where is it? Why business historians need a constructive theory of the archive. Business Archives, (105), 1-9. https://mpra.ub.uni-muenchen.de/46650/1/MPRA_paper_46650.pdf
Silva, A. R., Rodrigues, L. L., e Sangster, A. (2019). Accounting as a tool of State governance: The tutelage system of ‘Free Africans’ in Brazil between 1818 and 1864. Accounting History, 24(3), 383-401. https://doi.org/10.1177/1032373218809519
Venugopal, V. e Yilmaz, S. (2010). Decentralization in Tanzania: An assessment of local government discretion and accountability. Public Administration and Development, 30(1), 215-231. https://doi.org/10.1002/pad.556
Ventresca, M. J., e Mohr, J. (2002). Archival methods in organization analysis. In: J.A.C. Baum (Ed.) Companion to organizations (pp. 805-828). New York: Blackwell
Wehling, A., e Wehling, M. J. (2011). Soberania sem Independência: Aspectos do discurso político e jurídico na proclamação do Reino Unido. Tempo, 17(31), p. 89-116. https://doi.org/10.1590/S1413-77042011000200005.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Adriana Rodrigues Silva, Àleff dos Santos Santana, Angélica Vasconcelos

Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.