Caminhos, encruzilhadas, porteiras e feitiços para uma filosofia popular brasileira
DOI:
https://doi.org/10.36253/ccselap-13462Palavras-chave:
method, experience, style, macumba, Brazilian popular philosophyResumo
O presente artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca de certos aspectos que se mostram presentes na relação entre a filosofia popular brasilei-ra e as macumbas (conjunto de atividades culturais e religiosas que surgem do cruzo entre as culturas da diáspora africana, os saberes dos povos originários, e do catoli-cismo popular português). Nesse sentido, em um primeiro momento, partiremos da noção de experiência, que precisa ser revisitada quando tratamos desses saberes popu-lares para, com isso, repensar a própria noção de método. Método, então, não mais pensado tão somente como a abertura de caminho (como preconizou Descartes), no qual o filósofo mostra que só há um a ser seguido, mas pensado a partir das sabe-dorias das matas, onde a pisada dos caboclos nos mostram que todo caminho é feito para caminhar. Desse modo, mais do que método, parece que a questão nos leva a repensar se não é de estilo que tratamos ou que precisamos tratar: do modo como encantamos e entoamos nossos feitiços para que a filosofia deixe de nos chegar carre-gada com o peso de uma colonialidade que parece só nos deixar paralisados, como a presa diante do olhar sedutor do predador.
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